quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

53HC Fest oxigenando a cena mineira


texto e fotos: Léo Santiago FÓRCEPS Sabará(MG)

Três dias de shows, três locais diferentes, 22 bandas de seis Estados, público de milhares de pessoas e nenhum patrocínio. Este é o 53HC, um dos mais importantes festivais de rock de Minas Gerais que realizou sua edição 2008 entre a sexta-feira (28) e o domingo (30) em Belo Horizonte.

Se por um lado a maior parte do público compareceu para ver headliners como Dead Fish e Matanza, por outro algumas bandas tiraram proveito do fato de estarem sob os holofotes de um grande festival para fincar de vez seus nomes no cenário mineiro, como é o caso do Severa, de Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte), que com menos de dois anos de existência fez um dos melhores shows no último dia de festival.

Sexta-feira

Era pouco mais de sete horas da noite quando o público começou a chegar ao Bar Brasil onde aconteceria a primeira noite do festival 53 HC. Uma liminar conseguida às pressas havia permitido ao estabelecimento não cumprir a estúpida lei municipal que proíbe a entrada de menores de idade em shows. A garotada não deixou por menos e compareceu em peso e em pouco tempo centenas de pessoas se aglomeravam na fila.
Boa parte do público, inclusive eu, ainda estava lá fora durante os shows do Do it Yourself (BH) e do Diluvio (BH). Em seguida veio a banda Enne (BH) que aposta nos resquícios de grunge/Diesel e mandou músicas do seu primeiro disco (ainda em inglês) e do segundo (já em português), além de uma cover de Foo Figthers, que levantou o público.

Também de BH, o CrossFire entrou logo depois com um grande show de hardcore/metal, linha seguida também pelo cariocas do Cervical e do Confronto, que mantiveram a noite em alto nível até o auge com Dead Fish (ES). Com um setlist extenso a banda passeou pelos 17 anos de carreira tocando músicas de todas as épocas com uma ótima recepção do público. O show também serviu para apresentar aos mineiros o novo baterista (Marcos) e avisar que Nô não fazia mais parte da banda.

Sábado
O segundo dia de festival foi um daqueles em que tudo parece dar errado. Além da forte chuva que caiu de noite, a Nação Zumbi se apresentava no mesmo horário no festival Music Station (que acontece em estações do metrô). Com cerca de metade do público da sexta-feira o dia ficou marcado pela diversidade na programação, que incluía o punk oitentista do Inocentes (SP), o frescor dançante dos cariocas do Canastra (RJ), o psychobilly do Sick, Sick, Sinners (PR) e o country do The Folsoms (BH), além do rock do Carolina Diz (BH), Manolos Funk (Vespasiano) e Sapatos Bicolores (DF).

Destaque para o The Folsoms, a primeira banda a contagiar o público fazendo-o dançar durante praticamente todo o show e para o Inocentes com punk rock cheio de vigor. Pra fechar a noite o Canastra, que conseguiu segurar boa parte do público até o final, fez mais um bom show na cidade, onde vai ganhando cada vez mais público.

Domingo

No domingo, o festival começou de tarde e o forte sol não impediu a onda de camisas pretas em outro dia porrada do 53HC Fest. Bandas como Severa (BH), Lobotomia (BH) e DFC (DF) levaram ao extremo o peso do festival e ganharam o público mineiro. Com um som bem menos pesado, o Irônika (BH) até que saiu bem com seu punk “pra cima” que levou dezenas de pessoas ao palco na última música.

Pela primeira vez em BH o Madame Saatan também não decepcionou. Embora ainda muito desconhecida na cidade e com uma recepção mais fria, a banda segurou a onda com uma performance que se não levou o público ao mosh, pelo menos prendeu muita gente hipnotizada na frente do palco.

A tarefa de abrir para o Matanza (RJ) ficou a cargo do Chakal (BH). A banda nascida na onda do metal belorizontino dos anos 80 vive um bom momento na cidade após sua volta em 2003 e mesmo tocando sem baixo não fez feio. Por volta da meia noite o aguardado Matanza subiu ao palco com todo seu teatro de frases feitas e pose de mau (dessa vez faltou a garrafa de whisky!) e como sempre manteve o público na mão do começo ao fim.




Agradecimentos ao coletivo Retomada pela “parceria” nos 3 dias de festival, ao Pegada no primeiro dia e ao Anti-Herói no segundo.










ANTI-HERÓI

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